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8 de março de 2011

Diario meio-sangue:Capitulo 6

Eu escuto o silencio, vejo o nada e tenho o tudo.
‘O nada que nós temos, é o tudo para mim, my midnight’

Queria dizer que abri meus olhos e entrei em pânico por causa dos sonhos, mas não... Entrei em pânico porque a primeira pessoa que vi ao abrir meus olhos foi o Lucky, entenda... Não gritei nem nada... Apenas entrei em pânico pois tinha confirmado que o garoto com quem tinha sonhado era o Lucky.
Ele estava no canto da parede, não olhava para mim, estava olhando para a noite, acho que não tinha percebido que eu me acordara, ele estava absorto em pensamentos...
Devagar eu levantei-me e ele virou-se...
Queria dizer que assim que eu o vi eu sorri, ou eu o abracei... Mas não, assim que eu o vi, eu chorei.
Eu sabia porque estava chorando, eu estava com raiva... Como eu pude me esquecer da pessoa que mais se preocupava comigo, que mais me dava atenção, que mais me escutava, que mais cuidava de mim... e que mais me amava? Como eu pude fazer isso? Como?
Eu tava em tempo de me matar, eu estava com muita, muita raiva de mim.
Lucky nada disse, só apenas se aproximou e sentou-se ao meu lado me envolvendo em seu abraço.
Ficamos então, em silencio.
Apesar do silencio, podia escutar as palavras não ditas... Podia escutar o silencio.
Nesse momento, eu tinha tudo, pois sabia que tinha o Lucky. Sabia que agora ele iria cumprir sua promessa, agora ele iria me proteger, pois agora eu sabia que tudo que eu tinha era o Lucky e o Sask, e isso era tudo para mim, e além disso, sabia que eles estavam protegidos porque tinham o colar.
E por falar no colar perguntei com a voz rouca:
- Lucky, o colar...?
Não terminei de falar, pois ele já estava colocando a outra metade do coração em meu pescoço, ele disse:
- Aqui está... Não preciso mais disso, e obrigada por esta bem, por conseguir chegar aqui... Depois de dez anos eu já estava perdendo as esperanças, mas eu sabia que você não ia falhar, eu acreditava e ainda acredito em você.
- Lucky, o que nós temos? – Perguntei entre as lagrimas.
- Nada. – Ele falou serio. – Sou como seu irmão mais velho.
Não tinha entendido o por quê dele ficar não grosso de repente. Lucky se levantou e fechou a janela.
- O que houve? – perguntei.
- Não sei, mas tem algo aqui... – ele respondeu.
Estava tudo tenso, e meu coração estava a mil... Lembrei do meu sonho com meus pais, imediatamente o que eles falaram veio em minha cabeça ‘os elementos da natureza mais nosso segredo faz-nos ser o que somos... Quase invencíveis e poderosos’. Já sei!
- Lucky, fica aqui.
- Ah não... Sem chance! Da ultima vez que você foi sem mim, não deu certo... Sem chance!
Pelo jeito não iria sozinha, então tive uma idéia.
- Lucky, o que você acha que esta aqui?
- Uma pessoa, com certeza. Posso sentir o calor da sua pele.
- Como é...?
- O Sask e eu sempre saímos em missões juntos, sempre, sempre. Então ele me ensinou algumas coisas, como você se concentrar, entrar em paz com si mesmo para poder sentir tudo que esta em volta de você, e foi assim que percebi alguém mais que eu e você aqui nessa casa.
- Tudo bem. Você vai ficar aqui no quarto, eu vou sair. Nós dois estaremos na casa, nós três no caso. Ninguém sai, ninguém entra a partir de AGORA!
Falei em grego antigo ‘Barreira mágica’ então senti a casa ser envolvida, como se fosse um véu a envolvendo. Virei-me e olhei para Lucky, que estava com um sorriso bobo no rosto, então ele falou:
- Sempre poderosa. – ele começou a rir – Mas, você irá se cansar rápido usando tanta força bruta. Deixe-me ajudá-la. – acho que ele percebeu a confusão que estava fazendo em minha mente, pois explicou – Eu e Sask, bem... Tentamos ver se seu colar fazia algo mais, então agente descobriu que ele pode dividir ou doar força. Venha aqui – ele tirou o colar do meu pescoço e o enrolou em meu pulso, mas ele não abotoou, ele emendou com a outra parte que ele tinha enrolado em seu pulso como fizera no meu. – Feche seus olhos, e eu fecharei o meu, tente imaginar como se estivesse um fio nos unindo, e depois se concentre na linha que ta unindo os colares.
- Moleza!
Então fiz o que ele pediu, quando olhei para o colar ele estava com um brilho rodeando-o de amarelo.
- O que é isso? – perguntei alarmada.
Ele deu uma breve risada e disse:
- É a minha força, a estou doando para você, não toda, mas a grande maioria dela. Você irá precisar, você esta sustentando a barreira mágica e vai usar alguns truques, e além disso, não tem como você fugir, vou ter que ir com você, ou você desmaiará em pouco tempo... – ele deu um sorriso irônico como se estivesse pensado nisso todo o tempo.
- Tudo bem, vamos.
Então saímos do quarto, ao sairmos do quarto, eu fechei a porta, com mágica, claro. Fomos andando pelo corredor... Cada vez que chegávamos mais perto da porta dos fundos, mas tenso o clima ia ficando... A cada porta que passávamos, entravamos e fechava a porta com magia... E eu ia me sentindo mais fraca... Bem que o Lucky disse, eu não iria durar muito com só a minha força... Descemos as escadas... E eu me sentindo mais fraca... Até que vi a lareira e do nada me senti um pouco mais forte, e foi ai que me ocorreu a idéia... O fogo faz parte dos elementos... É isso!
Puxei Lucky para perto da lareira, chegando lá, percebi que Lucky estava ficando fraco. Então ergui a corrente para ficar perto do fogo e coloquei minha mão no fogo, literalmente. Ao invés de me queimar, fez o que achava que iria acontecer, já que eu controlava o fogo... Ia me fortalecer...
Absorvi o tudo que podia desse fogo e doei para o Lucky também, ele percebeu o que eu estava fazendo e abriu um belo sorriso, tenho que admitir, vendo aquele sorriso... Bem... Aquele sorriso caloroso era mais quente que a lareira, me dava mais força que o fogo, me dava mais fé que qualquer coisa nessa vida... Apenas um sorriso... Mas eu não podia fazer nada, não sabia por quê sentia aquilo... Como ele falou, ele é como se fosse meu irmão mais velho! Mas uma parte da minha mente falou ‘como se fosse...’ Mas a outra parte da minha mente via a razão... Ele é como meu irmão, e eu vou proteger minha família...
Devolvi o sorriso, mas não era como o dele, o meu sorriso era meio triste... Ele ia falar alguma coisa, mas escutamos um barulho, como se alguém estivesse forçando a maçaneta da porta, tentando abri-la, e o som vinha da porta dos fundos.
Eu e Lucky trocamos olhares de advertência... Ele ia se virar para ir em direção ao som, mas eu fiz algo melhor, sabia que se fizesse isso ia ficar inconsciente, pois usaria toda minha magia e minha força, mas queria proteger-nos dessa coisa que estava na porta dos fundos.
Fechei meus olhos, vi a imagem de meus pais com os olhos todo preto, e abri os olhos, e... Nada. Eu me sentia totalmente normal, nada poderosa.
- Lucky, desenrola os colares. Vou usar tudo que eu tenho, vou provavelmente desmaiar com o que eu vou fazer, e irei precisar de você para me segurar, se ficarmos unidos, irei consumir a minha força e a sua.
- Você sabe quem é? – ele me perguntou
- Tenho a idéia de quem seja.
Enquanto falava com o Lucky pensei em uma coisa para fazer... Meus pais estavam em terra (areia) quando ficaram de olhos pretos, e a areia é um elemento, então eu iria usar o elemento que estava perto de mim... O fogo.
Entrei no fogo, eu não me queimava, me sentia poderosa. Fechei os olhos dessa vez e pensei em meus pais... Só que não só pensei em seus olhos pretos, mas pensei na noite... Os seus olhos estavam pretos como a meia noite, me imaginei em uma floresta a meia noite, tudo é escuro, tudo é sinistro... Falei a palavra que veio em minha mente em voz alta e então abri meus olhos... e sim, eu estava com meus olhos totalmente pretos. O poder da minha família se chamava midnight.
Eu conseguia ver cada partículas de poeira, conseguia ver todas as veias e artérias do corpo de Lucky, podia ver o núcleo da sua força, podia ver o coração dele bombeando o sangue, podia ver o sangue correndo em suas veias, podia ver através das paredes, podia ver a formação dos tijolos japoneses que formavam essa casa, e podia ver uma forma... sim, a forma de uma garota puxando freneticamente a maçaneta da porta dos fundos... E era para lá que eu ia. Olhei para as minhas mãos, e via o fogo correndo em minhas veias...
A garota virou e me encarou, ela ficou desesperada por ver que eu a estava encarando... Por perceber que mesmo ela estando moldada nas sombras, ela não escapava do meu olhar... Olhei novamente para as minhas mãos, e percebi que o fogo estava diminuindo... A lareira não tinha fogo o suficiente, mas se eu apreçasse poderia fazer algo útil...
A garota começou a fazer vários símbolos em suas mãos... Até que parou em um, que para meu espanto eu conhecia... era o símbolo do ar...
Eu escutei o que ela pensava, não lia pensamentos, mas acompanhava a sua linha de raciocínio... Era simples... Ela soltaria uma rajada de vento em mim, que faria meu fogo interno sair do meu corpo... não... ela agora tinha mudado de idéia... ela iria fazer uma ventania na casa... e iria fazer todos os objetos vim em minha direção... não... Iria em direção a Lucky. Eu tinha dez segundos antes dela fazer isso... então sem pensar me atirei em frente do Lucky, mas antes de ficar em frente ao Lucky, fiz uma barreira protetora, e fiquei entre ele e ela.
Então ela saiu das sombras e disse:
- Ilana, sempre andando em direção ao perigo...
Era ela! A garota que me perseguia, que estava em meus sonhos... A interrompi:
- Ou, o suposto, perigo vem a mim...?
- Não iria te causar danos, só queria te ver, queria ver como você tinha crescido... Só poderia voltar nesse acampamento uma única vez, então decidi voltar agora, não só para ver você, mas em grande parte para isso... Queria não ser notada, mas o Lucky como sempre é cuidadoso com você, faz tudo o que pode para protegê-la. Tão fofo!
- O que você quer de mim? – perguntei furiosa.
- Você saberá, mas a quero eliminá-la, fique logo sabendo disso... Não agora, porque você ainda não é uma digna oponente, mas futuramente quando estiver mais forte... Tenho que ir... Cuide bem dela, Lucky.
- Quem é você? – ele gritou – VOCÊ AGE COMO SE NOS CONHECESSE!
- Mas eu os conheço, Apolo Junior... Eu conheço todos vocês. Apolo Junior, Lucky... Personificação da sorte... Sask, o que não ama ninguém além de si mesmo e de sua família, Yoki, o garoto que sofre calado e tenta ser durão, Thalia a criazinha punk de Zeus... Annabeth, a sabidinha, a única pessoa que ainda tem o meu respeito aqui. Percy, o garoto de olhos perfeitos que controla a água... Nico, o mais poderoso de todos, em meu ponto de vista... É... eu conheço tudo e todos.
Lucky tinha ficado calado, sem reação. Eu tinha ficado com medo, pois ela sabia mais do que eu pensava.
- E o que você quer dizer por só poder voltar uma única vez? – perguntei
- Já tinha esquecido de você... Sim, quer dizer que vim ver a área, e reconhecer as pessoas que tenho que me preocupar porque pode me causar problemas antes do fim. E ver como você está, ver se posso me preparar lentamente, ou se tinha que me apressar... Mas vejo que tenho todo o tempo do mundo.
Ela começou a rir, e então soltou outra rajada de vento que eu pude parar, mas, imediatamente as barreiras mágicas caíram, fazendo a garota sair da casa e comecei a perder o foco, os sentidos, a fechar os olhos e entrar no inconsciente...
Mas antes que eu entrasse no inconsciente eu escutei uma coisa que me fez abrir um verdadeiro sorriso... essa voz que sussurrava em meu ouvido:
‘Vai ficar tudo bem, eu estou aqui, vou te curar, já chamei os outros, os meus irmãos estão a caminho... Prometa-me que nunca mais irá usar tanta força bruta e tanta magia...’
A voz estava tagarelando, mas estava sumindo... Eu queria ouvi-la, tentava entendê-la, mas tudo estava um caos, e não conseguia mais distinguir nada, mas antes que eu entrasse totalmente no inconsciente, eu pude ouvir a voz do Sask falando algo como ‘...De novo não! Cure-a! Não quero perdê-la novamente! Ela é a coisa mais importante para mim! Façam algo, LOGO!’ e ele começou a chorar... Estavam chegando mais pessoas... Elas perguntavam ‘o que houve?’... Escutei a voz da Annabeth falando ‘CHAMEM O SR. C, LOGO!!’ ...
Estava perdendo os sentidos completamente, mas escutei uma ultima coisa que me fez ficar inconsciente feliz, era o Lucky novamente... Ele estava em pranto, mas falou entre o choro:
‘O nada que nós temos, é o tudo para mim, my midnight’
Com o que restava das minhas forças, eu segurei sua mão e sorri e então entrei no inconsciente.

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