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27 de fevereiro de 2011

Diario meio-sangue-Capítulo 2

                        Quando acho que vou achar as respostas, vem e mudam as perguntas.


     Eles abriram o portão, e entramos, arquejei ao ver a bela mansão, pois você vendo do lado de fora, não parecia ser nada parecido com aquilo na minha frente.
Recapitulando, saímos do carro e lá estava um muro imenso, cobrindo tudo o que havia dentro, quando se via o portão você imediatamente pensava que a casa dentro, no caso a mansão, seria mal-assombrada. Voltando, a mansão era como aquelas que normalmente o milionário russo teria, ou o ator mais bem pago de Hollywood, porque era, totalmente perfeita, uma arquitetura antiga, mas ao mesmo tempo bem moderna (qualquer arquiteto se encantaria).
Tinha um belo jardim, que levava a uma porta dupla de vidro mostrando o interior da casa; estava silencioso, mas ao abrirmos a porta de vidro, ouvimos muito barulho, como se fosse o maior internato do mundo, ouvimos gritos, brigas, rock super alto. Duas garotas passaram correndo atrás de dois garotos que estavam segurando duas bolsas, um garoto grandalhão que passou arrastando uma mala de metal, tinha dois garotos e uma garota na escada lendo, enfim, tinha todo tipo de pessoa que você imagina.
 Quando Sasukan fechou a porta de vidro, tudo ficou em silencio, todos pararam o que estava fazendo e nos olharam, uns com olhares curiosos, outros debochados, outros com piedade.
O Lucky e o Sasukan, pareciam não ter notado, pois foram subindo as escadas como se estivesse tudo normal, Potter o seguiram e depois Hope, e depois, eu.
Eles subiram a escada e dobraram a esquerda, onde havia muitas portas, acho que eram quartos, mas não parecia o suficiente para tantas pessoas, deveria ter mais quartos em algum lugar, quando terminou o corredor quase infinito de portas , viramos a esquerda novamente e mais uma porta dupla surgiu no fim do corredor, mas a porta era toda branca, e não de vidro.
O Lucky olhou para o Sasukan e pareceu que eles haviam concordado em algo, logo o Sasukan voltou e entrou em uma daquelas portas do outro corredor, esse corredor não tinha nenhuma porta, só a dupla no final. Caminhamos até lá e Lucky abriu a porta.
Dentro da sala era tudo muito claro, tudo branco, um senhor estava digitando algo no computador e ao ouvir a porta fechar, levantou os olhos e disse:
-Ora, ora, Lucky, missão mais que bem sucedida! Estou impressionado.
-Sim Sr. C. – ele olhou para o Sr. C. e olhou para mim, como se fosse um aviso – senhor, esses são a Hope e o Potter, eles são irmãos, mas acho que de pais diferentes, não vejo semelhança nenhuma. E essa é, bem, Ilana.
-Hum... Ilana, prazer minha jovem, o Lucky já apresentou a nossa humilde residencia?
Ele falava como se fosse o inventor do melhor carro do mundo, mas que não “achava” ser o melhor carro. Ele se achava.
-Não, senhor, eu só aprendi o caminho para cá. – Respondi com ar entediado.
-Oh... sinto muito pelos maus modos, quando você sair daqui, Lucky com certeza irá mostrar todo o nosso lar, não é Lucky?
-Sim, senhor.
-Lucky, você tem uma noção quem seja os pais dessas crianças? E é tão raro um caso como o desses irmãos... – Falou o Sr. C. muito distante.
-Sim, senhor. Tenho uma noção de quem seja. Só o da Ilana que não consegui identificar nem um pouco. -  respondeu o Lucky.
Sinceramente, eu não estava entendendo n-a-d-a do assunto, olhei para a Hope e o Potter, que pareciam igualmente voando, o Potter já tinha parado de prestar atenção na conversa e estava olhando ao redor, e a Hope, estava segurando firme o braço de Potter, como se aquilo fosse a segurar, e olhando firmemente para o senhor C. como se fosse queimá-lo com o olhar. Ela percebeu que eu estava olhando para ela, e retribuiu o olhar, só que agora seu olhar estava mais calmo, ela deu um leve sorrisinho, mas desviou o rosto.
Olhei novamente para Lucky, que estava balançando a sua cabeça confirmando seja lá o que o Senhor C. estivesse falado.
-Lucky, leve-os para seus devidos quartos e apresente aos seus irmãos. – disse o senhor C.
-Sim. Vamos gente, vou apresenta-lhes aos seus outros irmãos.
Quando eu estava virando para ir com Lucky, o senhor C. deu uma tosse, e eu viro, e ele diz:
-Oh minha querida, você não, quero dar uma palavrinha com você.
Eu olhei para trás e Hope estava me olhando, eu fiz que sim na cabeça e ela correu um pouquinho para acompanhar o Lucky e o Potter.
O senhor C. levantou-se e foi fechar a porta, ele era um senhor acho que com seus quarenta anos, ele tinha os olhos mais azuis que eu já vira, era alto e tinha boa forma para a idade, tinha uns cabelos brancos, e era engraçado, pois ele parecia ser branco, e o seu olho era o destaque, mas era esse seu charme.
-Minha querida Ilana, vamos conversar um pouco sobre um assunto que eu estou muito curioso. – ele disse
- E esse assunto seria...? – perguntei
-Ah, minha jovem, esse assunto é você!
-Eu...? Mas, o que? Não tenho nada para falar sobre mim!
-Ah... por isso mesmo, me acompanhe, vamos tomar um chá.
Ele foi em direção, eu não tinha percebido, a varanda. Ele abriu a porta, e tinha uma varanda com uma mesinha para duas pessoas e com duas xícaras de chá quente, eu não tomava chá, mas não precisava falar. Ele puxou a cadeira e fez um gesto para eu me sentar, assim que eu sentei, ele foi para a cadeira em frente a minha e me olhou atentamente.
-Minha jovem, quem você é? – Ele perguntou.
-Olha, senhor, eu tenho essa mesma pergunta, meu objetivo também é saber quem eu sou, mas eu deixei isso para trás, assim que eu entrei no carro; agora meu objetivo é esquecer quem eu era, e ser uma nova garota. – respondi com sinceridade.
-Compreendo... mas saiba, que você não pode simplesmente esquecer seu passado, pois seu passado, o que você era, vai refletir muito no que você irá ser.
-Mas... não tem como algo refletir no meu futuro, se eu nem sei do passado.
-Sim querida, mas VOCÊ pode não saber seu passado, mas pessoas sabem, e elas podem cruzar seu caminho novamente, esse é um mundo pequeno minha jovem.
-Hum... sim, é um pequeno mundo, mas o senhor, bem... não sabe nada ao respeito de meus pais? Porque pelo que eu vi, todos aqui parecem ter problemas familiares, a Hope e o Potter por exemplo, nenhum deles conheceram seus pais, eles são irmãos só por parte de mãe, mas os pais deles são diferentes, basta vê-los.
-Sim, a história deles é rara... Aqui, nunca tinha visto nada parecido.
-Sim, mas é normal no mundo uma mulher se casar duas vezes e ter um filho com cada marido.
-Ah é, e como isso é comum, mas no MEU mundo isso é totalmente raro.
-O quê? “No seu mundo”?
-Você irá entender isso ao passar dos dias, mas vamos adiantar algo, você sabe algo sobre mitologia minha querida? Os deuses, os titãs, os monstros?
-Sim, vimos isto em história. Tem pessoas, normalmente as gregas, que ainda acreditam nisso, que são as pessoas politeístas, e tem algumas pessoas que crêem em um único Deus. Sim, eu sei, mas o que é que tem?
-Somos dessa geração, e você com certeza é uma meio-sangue, que é uma filha de um deus ou uma deusa Olimpiana com um mortal.
-Todos que estão aqui são?
-Ah, a maioria, menos uma família, a família Nakamura, você já conheceu um, o Sasukan, ele esta aqui com sua irmã a Sakura que tem vinte e três anos e com seu irmão o Yoki, que tem vinte anos. Mas, a exceção deles, todos são meio-sangue.
-Que interessante...
-É, e você certamente é uma também! – disse ele, agora com um sorriso abobalhado no rosto – por isso quero saber um pouco da sua vida, pois normalmente, vocês vivem com seus pais ou mães mortais, e depois recebem treinamento adequado para viverem como heróis ou como vilões no seu mundinho.
-Então aqui, é como, por assim dizer, como uma escola de treinamento? Para pessoas como eu? – eu sabia que havia algo errado comigo! Que eu era uma garota diferente, mas não quis falar isso em voz alta.
-Sim minha jovem, não é como uma escola, É uma escola! Só que você irá ficar aqui até acharmos que você está altamente preparada para sair em alguma missão. Então... Você não se lembra de nada, onde o Lucky a achou? Ele não teve tempo de me dizer nada ao seu respeito. – ele parecia ansioso pela minha resposta, porque começou a passar o seu dedo mindinho na borda da xícara.
-Antes de eu responder essas perguntas, eu tenho uma pergunta, por que o Lucky ficou espantado quando eu falei meu nome, e vocês trocaram olhares quando eu, a Hope e o Potter entramos na sua sala? – eu dei um sorriso, porque pela aparência dele, eu o pegara de surpresa.
-Oh... então você percebeu, bem... Eu tenho esperado uma garota chamada Ilana há tempo, mas ela sumiu, então quando você falou seu nome o Lucky ficou espantado, pois ele achava que poderia ser você essa garota. Pergunta respondida? – ele contra-atacou.
-Por hora, sim. Deixe-me responder sua pergunta, mas ainda tenho mais perguntas. O Lucky me encontrou em um beco escuro, eu estava em uma caixa, não lembro de nada, eu sai e estava em uma sala que estava dentro de outra sala, quando eu consegui achar a saída, o carro de Lucky dobrou a rua e ele me ofereceu um novo lar, não que eu esteja precisando muito de uma família, mas aceitei a oferta não sei porquê, depois ele perguntou o meu nome, mas eu não lembrava, até que tive algumas lembranças de pessoas me chamando pelo meu nome e o disse meu nome.
Novamente, quando eu lembrei das minhas lembranças, caiu uma lágrima, eu sentia sem chão, com saudade da minha família. Mas enxuguei a lágrima que insistiu em cair.
-Minha querida, não tenho permissão para falar do assunto, mas acho que você precisa saber, mas antes de te dizer isso, em diga, como era essa sala dentro de outra sala?
-Ela só tinha espelhos, e a outra sala, que essa sala de espelhos estava dentro dela, era  um laboratório antigo. – respondi querendo saber que importância tinha aquilo.
-Sim... entendo... só me diga mais uma coisa, você tocou em algo do laboratório? Pegou algo? – ele falou em um tom realmente preocupado.
-Não, senhor, tudo estava com mofo, cheio de teia de aranha e com poeira, nem tiquei, só queria achar a saída.
-Tudo bem, acho que você deve saber, essa garota, que com certeza é você, está sumida a dez anos, quando ela vinha nos encontrar, tinha seis anos, ela vinha sozinha, ela pegou um táxi e estava a quatro quadras daqui, estávamos de olho nela, a monitorando, quando ela chegou a fronteira, eu mesmo fui buscá-la, mas ela não estava mais lá, e só tinha uma coisa dela no chão; entreguei esse pertence a pessoa que mais se preocupou, que mais sofreu com seu desaparecimento, e está com essa pessoa até hoje. Você vinha do... bem de um local, com o seu sumiço, muitas pessoas sofreram, e muitas saíram em busca, mas nenhuma da que foi voltou.
-Senhor, você quer dizer que essas pessoas que saíram em minha procura, eram... minha família? – perguntei, agora realmente assustada.
-Não, para falar a verdade, nunca descobrimos sua família, você tinha uma babá, era só isso que sabíamos de você; falamos com sua babá e ela disse que tinha sido paga para cuidar de você, mas seus pais tinha ido embora, sempre recebia uma quantia para te dar uma boa vida, mas nunca soube quem era sua família real, ela cuidava não só de você, mas de outras crianças, aos três anos ela achava que você era diferente, e tinha um garoto que parecia com você, que era... diferente também, ele a adotou, já que tinha acontecido à mesma coisa com a família dele, ele agia como seu irmão, sempre cuidava de você, mas um dia o irmão mais velho dele fugiu com ele e a irmã, e deixou você para trás. Desse dia em diante, você ficou totalmente diferente e também queria sair de lá, a sua babá perguntava para você porque você queria sair de lá e você sempre dizia que queria encontrar... ele. A sua babá perguntava como, e você dizia que a lua a guiaria. Até que uma noite, você saiu de lá quando tinha quatro anos e veio em direção daqui, quando você chegou em um de nossos limites e passou facilmente, soubemos que você era diferente, mas quando faltava um limite para eu ir te buscar, você desapareceu e estava sumida até agora. Só sabemos disso.
Eu absorvia cada palavra que o senhor. C. dizia, mas uma coisa não se encaixava, ele dissera que eu tinha sumido com seis anos, mas eu sai desse coisa da minha babá com apenas quatro anos, e eu tinha duas duvidas, primeira: Como eu sobrevivi com quatro anos nesse mundo e segunda: aonde eu passei dois anos da minha vida? E a ultima pergunta, se eu fui abandonada pela minha família, por que tantas pessoas sofreram e quem saiu na minha busca? Perguntei para ele, e ele disse que essas são as mesmas perguntas dele, e só existe uma pessoa que pode respondê-las ao passar do tempo... eu.

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