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27 de fevereiro de 2011

Diario meio-sangue

Escuro...
Abro meus olhos e, escuro...
Tento respirar e me sinto sufocada...
Grito... O meu grito fica com eco...
Onde eu estou? Sinto-me presa, o que é isso? E primeiramente... Quem eu sou?



Capítulo I : Quem eu sou?



Sinto-me presa, como se estivesse em uma caixa. Tento abrir meus braços, mas o espaço é limitado...
Empurro a parte de cima, e a tampa levanta.
Saio da caixa, e vejo uma sala com espelhos, espelhos para todos os lados e todos me refletem...
Saio da caixa e tento achar uma saída dessa sala de espelhos, mas parece que não tem porta. Saio empurrando todas os espelhos, até que um se afasta e entro nele, quando eu entro, me vejo em um, vamos dizer, laboratório antigo, que  não é usado a eras...
Logo vejo uma porta escrita: saída, as letras eram pretas e bem separadas, mas a porta está trancada, olho em todas as direções e acho uma que dizia algo que não conseguia ler, as letras não fazia sentido... (parecia: Asida ed meegniac) Não quis saber, empurrei a porta e saí num beco escuro.

Era uma noite de lua cheia, o beco era totalmente escuro, só a lua clareando o caminho... Senti medo, muito medo, pois não sabia de nada.
O vento batia e eu tremia, era inverno, um inverno rigoroso, eu só estava vestida com uma calça jeans preta, uma blusa preta e minha jaqueta de couro preto; dava para me camuflar na rua, acho que o que destacava era minha cor, já que eu era branca como a neve, com cabelos pretos como a noite e olhos escuros como breu.
Eu andei para  a avenida, não reconhecia o lugar, mas sentia medo... Como se o medo seguisse todos os meus passos...
O beco era enorme, só percebi enquanto andava, pois parecia que nunca ia acabar, até que um carro virou a rua, e os faróis me cegaram.
O caro era preto, como a noite, como o beco, como a caixa, como meu cabelo, como minha roupa; era como se o mundo tivesse perdido a cor.
Um garoto saiu do carro, na verdade, dois.
Um dos garotos era loiro, alto, tinha o corpo esportista, os olhos castanhos como mel derretido. Parecia um modelo de inverno, vestia roupas parecidas com as minhas, calça jeans preta, camisa preta, jaqueta preta e all star. O outro garoto, era igualmente alto, era um pouco menos musculoso, tinha cabelos pretos como o meu, olhos pretos como o meu, e sua pele era da minha cor, só que ele tinha o olho puxado; ele parecia que tinha levado um choque, pois seus cabelos estavam bagunçados. Ele era serio, o outro loiro, parecia mais simpático, mas o de cabelos pretos parecia está entediado ou algo do gênero.
Eles saíram do carro e o loiro falou:
-Olá, garota, o que está fazendo sozinha a essa hora da noite na rua? É perigoso ficar na rua nessa hora.
De algum jeito, me senti com raiva e respondi:
-Não é da sua conta!
O garoto de cabelos pretos deu um leve sorriso, já o de cabelos loiros ficou espantado.
-Oh... Desculpe! – ele disse
-Vamos logo ao ponto, Lucky, essa não pareceu cair no seu chame! – Disse o de cabelos pretos. E deu um risinho debochado
De certo modo, aquilo me assustou, o que eles queriam dizer com “vamos logo ao ponto”?
-Garota, você tem um lar? Alguém? – perguntou o Lucky
-Novamente, NÃO É DA SUA CONTA! – eu já estava meia que preparada, mas para quê? Lutar?
-Oh,oh... Lucky, essa ai parece mais comigo do que com você – Falou o de cabelos pretos com um sorriso de escárnio – Garota, qual seu nome? E não se preocupe, não vamos machucá-la, não precisa ficar na defensiva.
Na hora que ele perguntou meu nome, eu não respondi, não lembrava, mas começou a passar lembranças distantes na minha mente, como pessoas muito bonitas falando comigo, uma mulher muito bela parada com braços abertos e com um sorriso em um belo jardim. Todos estavam chamando “Ilana”.
Os dois garotos estavam esperando, acho que eles estavam esperando uma resposta mal-criada como as que eu tinha dado, mas lembrar daquilo, me fez sentir com saudade, sem chão, com vontade de chorar. E só falei:
-Eu... eu me chamo... Ilana – disse e suspirei, uma lágrima inesperada caiu do meu olho, eu a enxuguei antes dos garotos repararem.
Os garotos se entreolharam, o Lucky estava assustado, o de cabelo preto também, mas o Lucky demonstrava mais que o outro.
-Ér... Prazer Ilana, sou o Sasukan, bem... como estávamos perguntando, você tem família? Alguém? – Falou o de cabelos pretos, chamado Sasukan.
-Não, eu não tenho – respondi -  Mas que diferença faz?
-O.k! Quer um lar, uma família? Por assim dizer... – Perguntou Lucky.
-Lucky, você irá assustá-la! E nem sabemos se ela é quem pensamos. – disse Sasukan
-Você disse, “vamos logo ao ponto”, não foi? – rebateu Lucky
Pelo jeito, eles discutiam muito, pareciam irmãos, não pela aparência (que não tinha nada a ver), mas pelo jeito de “deixa comigo, sou melhor que você”.
-Bem, eu quero sim! – eu me vi dizendo, querendo ou não, ver o jeito de como eles tinham suas briguinhas era legal, engraçado.

Os dois olharam para mim como se eu tivesse falado ou feito a coisa mais bizarra do mundo, ou como se não tivesse acreditado no que tinham escutado.
-Eu sabia! – disse Lucky
-Sério? Tipo, tão fácil? – perguntou Sasukan
-Sim! – respondi
Eles deram um sorriso e abriram a porta do carro para eu entrar, assim que entrei, eles entraram logo atrás e fecharam a porta.
Eu só pensava nas minhas lembranças, e só tinha uma pergunta: “Quem eu era?”
Eu só pensava nas minhas lembranças, e só tinha uma pergunta: “Quem eu era?”

~*~

Dentro do carro, tinha mais duas pessoas, uma garota ruiva com olho castanho um pouco claro e um garoto com cabelos lisos e pretos com olhos super verdes, eles não se parecia em nada, mas ela estava dando bronca nele, e ele estava com cara amarrada.
-Olá! – disse o garotinho, ele parecia ter uns dez anos.
-Olá! – respondi – Qual seu nome?
-Potter, eu me chamo Potter, e essa é a minha irmã mais velha, a Hope. – ele respondeu.
-Olá! – ela disse um pouco envergonhada – Qual seu nome?
-Prazer, sou Ilana.
Começamos a conversar, e soube que ela era três anos mais velha que ele, como eu tinha pensado, ele tinha dez anos e ela treze. O carro parou quando os irmãos iam falar por que eles aceitaram uma “nova família”.
Lucky e Sasukan abriram a porta e falaram:
-Bem vindo ao seu novo lar!
Saímos do carro e Lucky e Sasukan foram abrindo o portão da casa. Acenaram para agente entrar, eu hesitei, mas entrei, sabendo que aquela decisão mudaria minha vida para sempre.

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